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Vigilância Epidemiológica

Dois possíveis casos de chikungunya são investigados em Lages

Começou como se fosse uma gripe, mas a febre, as dores nas juntas e atrás dos olhos fizeram uma moradora de Lages procurar atendimento especializado.

Exame realizado em laboratório particular atestou positivo para chikungunya, doença até então inédita em Lages e na Serra Catarinense. Dias depois, a filha da paciente apresentou os mesmo sintomas e também foi diagnosticada com a doença.

A Vigilância Epidemiológica foi notificada e aguarda o resultado dos testes enviados para o Laboratório Central de Santa Catarina (Lacen), entidade responsável em analisar oficialmente todos os casos.

Enquanto isso, alerta para que a população mantenha os cuidados para evitar a propagação do mosquito Aedes aegypti, que também transmite a dengue.

Conforme estabelece protocolo, a Vigilância Epidemiológica investigou o perímetro de 50 metros em torno da residência e nada foi encontrado.

“Em 24 horas, temos que analisar toda a vizinhança. Estivemos até em uma floricultura, mas nossos fiscais não encontraram nenhum vestígio de larvas ou mosquitos,” garante Mauricéia Bazi, coordenadora de Doenças Transmissíveis e Não Transmissíveis da Vigilância Epidemiológica de Lages.

Ela explica que os testes foram enviados ao Bacen, que está sobrecarregado de trabalho em função dos inúmeros casos de dengue registrados em Santa Catarina. 

"Independentemente do resultado, positivo ou negativo, as providências já foram tomadas." Mauricéia comenta que a vigilância mantém em pontos estratégicos dezenas de armadilhas e no mês de maio deste ano uma delas estava com larvas do Aedes aegypti.

"Até então, não tínhamos nenhum caso de chikungunya ou dengue em Lages. As pessoas que foram diagnosticadas sempre foram contaminadas durante viagens."

Com a proximidade do verão e as chuvas da estação, a orientação é para que as pessoas não se descuidem, principalmente como objetos que podem conter água parada. 

Vírus pode matar - O vírus chikungunya também pode causar doença neuroinvasiva, que é caracterizada por agravos neurológicos, tais como: Encefalite, Mielite, Meningoencefalite, síndrome de Guillain-Barré, síndrome cerebelar, paresias, paralisias e neuropatias. Em casos graves pode matar.

Casos aumentaram 187% em Santa Catarina

No período de 31 de dezembro de 2023 a 11 de março de 2024, ocorreram 236 notificações de chikungunya em Santa Catarina. Desses, 138 foram considerados casos prováveis e 98 foram descartados.

Dentre os casos prováveis, (5) cinco foram confirmados laboratorialmente. Os municípios de residência dos casos confirmados foram: Florianópolis (2), Canoinhas (1), Pomerode (1) e Guaramirim (1). 

Na comparação com o mesmo período do ano 2023, quando foram notificados 48 casos prováveis, observa-se um aumento de 187,50%.

É importante destacar que os casos podem não ser necessariamente com infecção no município de residência, entretanto, demonstram a identificação da circulação viral no estado, e isso é o principal fator de risco para o início da transmissão da doença uma vez que o vetor está presente na maioria dos municípios. 

O que é

É uma arbovirose cujo agente etiológico é transmitido pela picada de fêmeas infectadas do gênero Aedes. No Brasil, até o momento, o vetor envolvido na transmissão do vírus chikungunya (CHIKV) é o Aedes aegypti.

O vírus chikungunya (CHIKV) foi introduzido no continente americano em 2013 e ocasionou uma importante epidemia em diversos países da América Central e ilhas do Caribe.

No segundo semestre de 2014, o Brasil confirmou, por métodos laboratoriais, a presença da doença nos estados do Amapá e Bahia. Atualmente, todos os Estados registram transmissão desse arbovírus.

No ano de 2023 ocorreu importante dispersão territorial do vírus no Brasil, principalmente para estados da Região Sudeste. Anteriormente, as maiores incidências de chikungunya observadas no Brasil, concentravam-se na região Nordeste.

As principais características clínicas da infecção por chikungunya são edema e dor articular incapacitante. Também podem ocorrer manifestações extra articulares. Os casos graves de chikungunya podem demandar internação hospitalar e evoluir para óbito.

O vírus chikungunya também pode causar doença neuroinvasiva, que é caracterizada por agravos neurológicos, tais como: Encefalite, Mielite, Meningoencefalite, síndrome de Guillain-Barré, síndrome cerebelar, paresias, paralisias e neuropatias.

SINTOMAS 

Febre

Dores intensas nas articulações

Edema nas articulações (geralmente as mesmas afetadas pela dor intensa)

Dor nas costas

Dores musculares

Manchas vermelhas pelo corpo

Prurido (coceira) na pele, que pode ser generalizada, ou localizada apenas nas palmas das mãos e plantas dos pés

Dor de cabeça

Dor atrás dos olhos

Conjuntivite não-purulenta

Náuseas e vômitos

Dor de garganta

Calafrios

Diarreia e/ou dor abdominal (manifestações do trato gastrointestinal são mais presentes em crianças)

Destaca-se que a doença pode evoluir em três fases:

Febril ou aguda: tem duração de 5 a 14 dias

Pós-aguda: tem um curso de 15 a 90 dias

Crônica: Se os sintomas persistirem por mais de 90 dias após o início dos sintomas, considera-se instalada a fase crônica. Em mais de 50% dos casos, a artralgia (dor nas articulações) torna-se crônica, podendo persistir por anos. 

Até agosto foram 328 mortes por dengue em SC

Até agosto deste ano, Santa Catarina já registrou mais de 360 mil casos prováveis de dengue em 2024, com a confirmação de 328 óbitos pela doença.

Dados que colocam Santa Catarina como o quarto estado com maior incidência de dengue no país, atrás de Distrito Federal, Minas Gerais e Paraná. O número acende um alerta sobre os cuidados e prevenção contra a doença, mesmo durante o inverno.

“A população tende a relaxar no combate à dengue logo após o verão. Mas é preciso manter os cuidados durante o ano inteiro. Casos continuam sendo confirmados, visto que o estado possui o vetor e a presença do vírus”, afirma João Augusto Brancher Fuck, diretor de vigilância epidemiológica de SC.

A dengue é uma doença que pode levar a complicações graves e até a morte.“É preciso que semanalmente, todos continuem vistoriando suas casas, quintais e ambientes de trabalho. Evitar a proliferação do mosquito é a melhor forma de prevenir a dengue”, destaca o diretor.

Além disso, a população deve ficar atenta aos sintomas da doença, como febre alta, dor de cabeça e no corpo, náuseas e vômitos, e procurar atendimento médico imediato em caso de suspeita. A detecção precoce da doença é fundamental para evitar complicações.

Fontes: Ministério da Saúde / Dive-SC

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