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Pesquisadores de Lages desenvolvem teste inédito para detectar covid
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CAV / Udesc / Divulgação
Vem da Serra catarinense mais um exemplo de superação em tempos de pandemia de Covid-19. Pesquisadores do Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV), da Udesc, em Lages, desenvolveram um teste molecular inédito para detecção do novo coronavírus.
As pesquisas foram realizadas pelos alunos do Programa de Pós-Graduação em Bioquímica e Biologia Molecular da Udesc, ao lado dos professores Maria de Lourdes de Magalhães e Gustavo Felippe da Silva. O grupo, formado por cinco alunos de pós-graduação, mestrado e doutorado, trabalhando de segunda a segunda, muitas vezes o dia inteiro, desenvolveu o peptídeo, uma molécula que reconhece o vírus e se liga a ele. O desenvolvimento das estruturas químicas que dão cor às moléculas ficou a cargo das instituições parceiras do projeto.
A força-tarefa incluiu uma equipe formada por especialistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e do Instituto Senai de Inovação Química Verde. A iniciativa deu resultados positivos que estão sendo confirmados e ampliados por pesquisadores da Universidade de San Diego, na Califórnia (EUA), liderados pelo professor indiano Parker Rey.
Nos Estados Unidos, a proteína criada pelos pesquisadores catarinenses está sendo testada para fins de diagnóstico e tratamento. "Esse trabalho desenvolvido em Lages foi tão bem sucedido que existe um grupo na Califórnia, que é um dos mais bem pagos nos Estados Unidos para desenvolvimento de tecnologias contra o vírus, que se interessou por esta pesquisa catarinense. Mandamos a proteína para lá e eles estão usando ela para criar uma série de testes, ensaios rápidos, ensaios de neutralização do vírus", explicou o professor Gustavo, coordenador do Programa de Pós-graduação Multicêntrico de Bioquímica e Biologia Molecular do CAV/Udesc.
De acordo com a professora Maria de Lourdes, os estudos ainda são preliminares. "A gente está provando o princípio de que a molécula, por ser muito parecida com o receptor, pode se ligar ao vírus que identifica a presença viral. Como ela faz essa ligação, compete com a ligação da célula humana, ela tem grande potencial para uso para inibição da infecção viral. São dados preliminares. Uma vez que se mostrem promissores, será uma tecnologia muito interessante, porque é uma proteína muito barata, que pode ser usada em diversas tecnologias. A forma final ainda precisa ser desenvolvida."
A vantagem do novo teste é que o material coletado dos pacientes não precisa passar por várias análises. Quando as hastes contendo o vírus são mergulhadas em tubos onde há moléculas, a resposta é imediata.
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