A tradicional Encenação da Paixão de Cristo, um dos principais eventos religiosos de Santa Catarina e que acontece todos os anos no Morro da Cruz, em Lages, poderá não ser realizado pelo segundo ano consecutivo, em função da pandemia do novo coronavírus.

A informação foi repassada à imprensa lageana, durante esta semana, na Cúria Diocesana, pelo bispo dom Guilherme Werlang, quando também deu início ao período de Quaresma, celebrado pela Igreja Católica e à Campanha da Fraternidade.

Sobre a encenação da Paixão de Cristo, o bispo conversou com o prefeito Antonio Ceron e a realização das comemorações está condicionada à situação da matriz de risco. Caso o avanço da pandemia não permita sua realização, dom Guilherme informou que deverá ser realizada uma celebração ecumênica, seguindo o tema da Campanha da Fraternidade: "Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor", e o lema: "Cristo é a nossa paz. Do que era dividido fez uma unidade" (carta de São Paulo aos Efésios, capítulo 2, versículo 14).

Além disso, de acordo com dom Guilherme, no período da Quaresma haverá intensificação de arrecadação de roupas e alimentos que serão destinados a famílias mais carentes e que têm sido mais atingidas pela pandemia.

Ainda ocorrerá a Coleta Nacional da Solidariedade, realizada no Domingo de Ramos nas comunidades de todo o Brasil. Os recursos são destinados aos Fundos Diocesanos e Nacional da Solidariedade, os quais apoiam projetos sociais relacionados à temática da campanha.

A Quaresma

Dom Guilherme explicou que a Quaresma é um período de 40 dias que se antecede à Páscoa, principal data do Cristianismo, que celebra a ressurreição de Cristo, e serve de preparação àqueles que decidem se converter a uma vida cristã. "A penitência, a oração e a caridade formam o tripé que nos coloca em comunhão com Deus, e dão sustentação a essa conversão à qual a igreja nos convida", disse o bispo.

Campanha da Fraternidade

A Campanha da Fraternidade, que acontece durante o período quaresmal, neste ano, explicou dom Guilherme, acontecerá de forma ecumênica, reunindo as diferentes correntes comunidades religiosas se unirem em um mesmo objetivo, a fim de superar as polarizações cada vez mais frequentes no nosso dia a dia; e as violências, "através do diálogo amoroso, testemunhando a unidade na diversidade".

As Campanhas da Fraternidade Ecumênicas acontecem no Brasil a cada cinco anos, envolvendo as igrejas do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic). "Cristo é a nossa Paz, e não pode ser uma divisão. Nós somos irmãos, e não tem nada mais cristão do que nos unirmos para refletir esses temas diferentes", disse dom Guilherme.