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Agosto Dourado

Amamentar é importante, mas a prioridade é a saúde do bebê e da mãe

O leite materno, segundo recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), deve ser o alimento exclusivo do recém-nascido até seus seis meses de vida, sendo ideal a continuação da amamentação até os 2 anos do bebê. Neste mês, a campanha Agosto Dourado reforça que o leite materno concentra todos os nutrientes essenciais para o crescimento e desenvolvimento do bebê. Porém, para isso acontecer, a mãe precisa estar bem e se sentir confortável com a amamentação.

A produção do leite é algo que exige esforço e persistência da mãe, mas nem sempre é assim. Mesmo com toda a dedicação, algumas não conseguem produzir leite suficiente, ou até mesmo não produzem. Muitas se frustram e se culpam por algo que deveria ser natural do corpo da mulher. “A amamentação é muito influenciada pela condição emocional da mulher e pela sociedade em que ela vive. Por isso, o apoio do companheiro, da família, dos profissionais de saúde e de toda a sociedade é fundamental para que a amamentação ocorra sem complicações”, explica a enfermeira da unidade de saúde Novo Mundo, Rosangela Garcia da Silva.

A enfermeira diz que quando a amamentação ocorre de forma saudável é ótimo, mas quando a saúde da mãe ou do bebê é colocada em risco, devido algum fator físico ou emocional, a prática deve ser reavaliada. “A mulher não se torna menos mãe por não ter conseguido amamentar. Ela precisa estar bem para conseguir cuidar do seu bebê.”.


Na teoria é fácil, a prática é bem diferente 

A mãe do Heitor, Stephanie Barg Melo, 28 anos, contou sua experiência com a amamentação do filho, hoje com 1 ano e 1 mês. Para ela, desde que soube que seria mãe, o seu maior desejo era amamentar, porém não imaginava que oferecer o peito seria, de longe, o momento mais difícil na maternidade.

Ela conta que, já na saída da maternidade, ficou assustada com a perda de peso do filho, que foram 300 gramas. “No 5º dia de vida do Heitor, fomos no pediatra e ele tinha perdido mais 200 gramas, eu fiquei apavorada. Minhas consultoras de amamentação me auxiliaram em tudo. Passamos por vários profissionais, não tinha nada de errado com ele, às vezes uma pega incorreta, era questão de ajustes. Na teoria é muito fácil, na prática é que o bicho pega, ele deixava meu bico do seio achatado após as mamadas, o que ocasionou várias complicações, muita dor, fissuras, ingurgitamento, início de mastite”, falou Stephanie.

A partir daí, Stephanie começou a estimular a amamentação com a bombinha, mas tinha medo de que faltasse o leite na hora que ela ofertasse o peito ao filho. “Eu já achava que não tinha leite suficiente, mesmo com o seio ‘empedrado’. Foram uns longos meses desempedrando quase todos os dias, e era muito dolorido”.

Ela lembra que as profissionais de amamentação diziam ‘você tem leite, isso não aconteceria se não tivesse’, e assim ela continuou o desafio. “Eu achava que não íamos passar no primeiro mês, comecei a complementar com meu próprio leite, tirar com a bombinha e dar pra ele na colher, além das mamadas. Ele foi ganhando peso aos trancos e barrancos, recuperou o que foi perdido. Pensávamos quase todos os dias. Era uma aflição enorme”.

Passou o 1º mês de vida do Heitor, e ele perdeu peso novamente. “Aí eu já não tinha mais estrutura para continuar daquela forma. Falei com a pediatra e ela me receitou fórmula. Tudo o que eu queria era ver ele saudável e aceitei a situação, porque não aguentava essa oscilação de peso. A dor era física e emocional, pois gera bastante frustração, por não parecer suficiente, não ser boa mãe, não conseguir sustentar o próprio filho”, contou Stephanie.

Stephanie não desistiu. Desde o primeiro mês de vida do Heitor ela segue com a amamentação mista, ele mama no peito e complementa com fórmula, na mamadeira, e pretende seguir assim até quando o filho quiser. “Não pretendo fazer o desmame por minha vontade, vou deixar ele decidir”.


Sobre a amamentação

Já no início da gestação, um dos primeiros sintomas que surgem na mulher é a mudança das mamas, a gestante sente que as mamas ficam doloridas e inchadas. então já se iniciam as primeiras orientações sobre os cuidados com as mamas, para conseguir realizar uma amamentação segura e eficaz.


Os cuidados são:

• Lavar o seio só com água: seios e mamilos devem ser lavados apenas com água, sem o uso de sabonetes ou cremes. Os mamilos têm uma hidratação natural que deve ser mantida durante a gravidez. Por isso, quando são usados sabonetes ou cremes, essa hidratação é removida, aumentando o risco de rachaduras nos mamilos. Existem pequenas glândulas localizadas na aréola que produzem secreção sebácea, que protege a pele para a amamentação.

•Usar sutiãs confortáveis: durante a gravidez, a gestante deve usar um sutiã confortável, de algodão, com alças largas e boa sustentação, que não tenha o suporte de ferro e fecho ajustável com regulagem, já que o seio vai aumentando de tamanho.

• Não é recomendado massagear ou esfregar os mamilos e a mama com esponjas ou toalhas. Não usar conchas ou outros protetores de mamilo.

• Boa ingestão hídrica, mínimo de 2L de água por dia.

O melhor preparo para a amamentação é o acompanhamento do Pré-natal, a participação em grupos ou em cursos de amamentação para gestantes.


Orientação profissional

Folha da Serra_ Os primeiros dias são difíceis para as mães. Como a mãe deve lidar com isso para não desistir?

Rosangela Garcia da Silva: Os primeiros dias são a fase de adaptação, onde a mãe e o recém-nascido estão ‘se conhecendo’, então, é um período que gera muitas inseguranças, pois ainda não se tem uma rotina de mamadas, a mãe ainda não sabe se o choro do bebê é de fome, dor ou de cólica, podendo achar que não irá dar conta de amamentar. A amamentação não deve doer e nem machucar o peito. Se está machucando, é importante procurar ajuda em uma Unidade Básica de Saúde ou Banco de Leite Humano.

Quais são os benefícios da amamentação para a mãe e para o bebê?

O leite materno protege contra diarreias, infecções respiratórias e alergias. Diminui o risco de hipertensão, colesterol alto e diabetes, além de reduzir a chance de desenvolver obesidade. Crianças amamentadas no peito são mais inteligentes. Há evidências de que o aleitamento materno contribui para o desenvolvimento cognitivo. Os benefícios da amamentação para a mãe é a diminuição do sangramento no pós-parto, aceleração da perda de peso, redução da incidência de câncer de mama, ovário e endométrio, evita a osteoporose, gera maior vínculo com o bebê, melhora a digestão e minimiza as cólicas.

Até que idade o bebe deve ser amamentado exclusivamente?

O leite materno é um alimento completo. Isso significa que, até os 6 meses, o bebê não precisa de nenhum outro alimento (chá, suco, água ou outro leite). Ele é de mais fácil digestão do que qualquer outro leite, é limpo, está sempre pronto e quentinho.

 

 


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