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Patrick Cruz

Inter - 75 anos

O Inter e nosso senso de comunidade

Há exatos 14 anos, no dia 15 de agosto de 2010, o Inter de Lages entrou em campo para reencontrar sua gente. Os torcedores estavam saudosos. Afinal, já fazia quase dois anos que não se via a camisa vermelha do Colorado Lageano em uma competição. Antes daquela tarde de reencontro, o último jogo do clube havia ocorrido no distante 4 de outubro de 2008, quando o Inter, então na segunda divisão do estadual, perdeu para o Concórdia, fora de casa, por 5 a 1. 

Em um daqueles domingos que se eternizam como sinônimo do inverno lageano, frio e sol compuseram o cenário para o retorno do Internacional às nossas vidas. Como, além de saudosos, os torcedores estavam entusiasmados, não haveria baixa temperatura que separasse o time de seu povo. Cerca de 2 mil pessoas foram ao Estádio Vidal Ramos Júnior assistir ao confronto, e certamente lá estariam se a própria Sibéria se materializasse em Lages naquele dia. Não haveria frio a debelar a alegria dos que ansiavam por reencontrar um amor que se julgava falecido.

O jogo em questão, Inter 1 x 0 Oeste, foi o primeiro que o Internacional disputou na divisão de acesso (atual Série C) do Campeonato Catarinense. O palco, assim, não estava à altura da estirpe colorada. Sabíamos todos que aquela não era uma competição digna de um clube que já foi campeão estadual, com décadas de serviços prestados ao futebol catarinense.

O purgatório era a realidade. O clube permaneceria nele até 2013, quando, em uma campanha memorável, conquistou o título e enfim conseguiu deixar a terceira e mais subterrânea divisão do futebol no estado.

Para o povão que foi ao estádio naquele domingo, tanto fazia que aquela fosse uma competição de baixo quilate. O que importava eram as camisas vermelhas que, em uma feliz coincidência, reapareceriam nos gramados no dia de Nossa Senhora dos Prazeres, a padroeira de Lages.

O Inter não vivia seus melhores dias. No ano anterior, sem conseguir amealhar apoios, o clube não entrou em campo, o que fez muita gente julgar que ele encerraria suas atividades definitivamente.

Naquele jogo de reencontro, o grande público que compareceu ao estádio foi, também, o resultado de esforços de torcedores. Um grupo de colorados, que não tinham relação alguma com a direção do clube, espalhou outdoors pela cidade para chamar a torcida para o estádio. A iniciativa atraiu a atenção dos lageanos, que fizeram sua parte e foram ao jogo.

O Internacional é a instituição lageana que melhor representa nosso senso de comunidade. Pranteamos a ausência do clube em 2009, quando achamos que seus dias haviam chegado ao fim, celebramos seu reaparecimento em 2010, e, para dar visibilidade ao reencontro, colorados anônimos trabalharam para atrair um grande público ao estádio.

A cidade - nós todos, portanto - é a força do Inter de Lages. É importante reafirmar essa verdade para que não cometamos o engano de tratar esse poder de mobilização como algo trivial.


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