logo RCN
Patrick Cruz

Inter 75 anos

A queda e um olhar para o futuro
Segundo qualquer raciocínio lógico, o Internacional de Lages já deveria ter batido as botas há muito tempo. O primeiro féretro imaginário deu-se em 1955, quando, atraída por propostas de outras equipes, boa parte dos jogadores do Inter deixou o clube. Naquele momento, ascenderam ao elenco principal jogadores que tinham se iniciado no time de juvenis.

Em 2024, o Inter foi rebaixado no estadual, o que é uma pena, mas, sejamos sinceros, não chega a ser uma surpresa. Nos últimos dias de dezembro, a poucas semanas do início do estadual, os dirigentes do clube discutiam o texto em que anunciariam a desistência de sua participação no campeonato, dado que, até aquele momento, não existia a garantia de que o Estádio Vidal Ramos Júnior poderia receber as partidas do clube no estadual.

Aprontou-se o gramado para receber os jogos, e o Inter confirmou sua participação no campeonato. Mas, dado o alto padrão de exigência com a qualidade do gramado, houve restrições, como a de o Inter não poder treinar no gramado em que se apresentaria. Vejam que não há aqui juízo de valor: registro apenas que, detectada a necessidade dessa medida para que o clube tivesse um campo para jogar, assim se fez. Mas há juízo de valor na constatação de que não se viu tamanho escrutínio com o campo do Avaí, por exemplo, que recebeu jogos deste mesmo campeonato em estado lamentável.

Quem acompanhou os jogos do Inter no estadual deste ano, especialmente a partir do segundo terço da participação do clube, há de ratificar que, para além de muita luta, houve até mesmo lampejos de brilho. Mas também havia pouco tempo para a equipe se recuperar das limitações que as circunstâncias impuseram a ele.

O rebaixamento é dolorido, mas era uma possibilidade e continuará a ser, para o Inter e para qualquer outro clube que dispute competições. Vamos lembrar que, três anos atrás, o Criciúma, vencedor da Copa do Brasil e multicampeão catarinense, caiu para a segunda divisão do estadual. O clube reergueu-se e, no ano passado, não só foi campeão da primeira divisão como conquistou o acesso para a Série A do Brasileiro.

Para haver melhorias no Internacional, é preciso discutir soluções. Mas, nesses momentos, infelizmente gritam mais alto os arautos da desgraça. Os mesmíssimos bafos de abutre que vaticinaram o fim do Inter em 2018, quando o clube também foi rebaixado, estão a nos impregnar com sua monocórdica profecia do fim. Nem originais conseguem ser. Originais seriam se participassem da construção de soluções. O problema é que construir dá muito trabalho.

Muito breve e agitada é a vida daqueles que se esquecem do passado, negligenciam o presente e temem o futuro. Quando chegam ao fim, os coitados entendem, muito tarde, que estiveram ocupados fazendo nada.

Lageano é campeão geral do Circuito Oeste, em Seara Anterior

Lageano é campeão geral do Circuito Oeste, em Seara

Lages vence Joaçaba e lidera o campeonato Interclubes Próximo

Lages vence Joaçaba e lidera o campeonato Interclubes

Deixe seu comentário