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Sobre o futuro

Tecnologia sepulta profissões e provoca o nascimento de outras

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Segundo estudo do Fórum Econômico Mundial, 65% das crianças que estão iniciando o ensino fundamental, hoje, terão profissões que ainda não existem

A resposta para aquela pergunta “o que você quer ser quando crescer?” está cada vez mais difícil. Historicamente, sempre ocorreram mudanças no mercado de trabalho, mas não na velocidade atual. Estimuladas por novas tecnologias, as mudanças são tão rápidas que muitas vezes passam despercebidas. Fato é que nenhum segmento, país ou cidade está fora desta realidade. Na Serra Catarinense, a informatização e a robótica são realidades que exigem novos conhecimentos. A boa notícia, é que as próprias entidades ligadas a esses segmentos estimulam essa qualificação. 

A tecnologia avança e as necessidades de consumo se transformam. Com isso, o que há poucos meses era uma grande tendência, agora pode não fazer tanto sentido. Acontece com a moda, comportamentos e também com profissões. Muitas carreiras deixam de existir porque o produto com que trabalhavam foi descontinuado. Outras, pela substituição de funções, transformando-se em novos papéis. 

A automatização de tarefas é uma das grandes responsáveis por isso: reserva as atividades repetitivas e insalubres para as máquinas e permite que as pessoas se ocupem da tomada de decisões.

Quem ainda lembra do lanterninha, funcionário que guiava as pessoas nos antigos cinemas. O mesmo ocorreu com as telefonistas, que intermediavam a comunicação entre empresas e no passado até mesmo entre habitantes de diferentes países. Mensageiros, leiteiros e atores de rádio são outros exemplos. 

Mas é importante frisar, que a tecnologia é uma aliada do ser humano, facilita a realização de trabalhos perigosos e estimula o surgimento de oportunidades. 

Formação acadêmica

Especialistas orientam que os jovens não devem apostar em profissões antigas, onde a maioria dos profissionais as exerce sem a necessidade de diploma. Para eles, quando você se forma no ensino superior e desenvolve um autoconhecimento profissional, tem maior tranquilidade de que sua profissão não vai desaparecer por completo. No máximo, vai se adaptar às transformações digitais e demandar um pouco mais de estudos.

Logicamente, você não pode se deixar estagnar na zona de conforto. Por mais que a sua profissão continue em alta, novos profissionais surgirão a todo momento no mercado. Se os mais preparados conseguem as melhores vagas, você corre o risco de ficar para trás se não acompanhar as tendências de sua área. 

Profissões impulsionadas pela tecnologia

Desenvolvedor de softwares

Gestor de mídias sociais

Especialista em Inteligência Artificial (IA)

Cientista de dados

Engenheiro de dados

Analista em user experience (UX)

Analista de quantum machine learning

Especialista em e-commerce


Serra Catarinense já vive essa realidade

Tiago Conte, gerente de Operações Sesi / Senai / IEL para a Serra Catarinense e Alto Vale do Itajaí afirma que as novas tecnologias são realidade nas empresas da região serrana, principalmente nas grandes corporações. Ele explica como o conceito Indústria 4.0 modifica a operação das empresas e o que a Federação das Indústrias de Santa Catarina está fazendo para qualificar e atualizar os colaboradores do setor.

Folha da Serra_  Como o senhor analisa a aplicação de novas tecnologias na produção industrial?

Tiago Conte_ Inevitável! Já há algum tempo a automação e a robotização estão diretamente relacionadas à produtividade e competitividade industrial.

Processos manuais, principalmente os de natureza repetitiva e com grandes chances de falha humana, certamente estão sendo ou serão em breve substituídos por métodos automatizados que garantem maior assertividade, previsibilidade produtiva e ainda, aquele que considero o item mais importante, maior segurança dos trabalhadores e consequente redução do número de acidentes de trabalho.

Destaco porém, que com a crescente aplicação de tecnologias, as indústrias precisam estabelecer um programa contínuo de capacitação dos seus trabalhadores, sejam treinamentos internos, com especificidades de determinada máquina ou processo ou ainda, por meio de formações e atualizações mais estruturadas, como por exemplo Cursos Técnicos e de Aperfeiçoamento Profissional realizados pelo Senai.

Essa evolução, principalmente com a Indústria 4.0, tem provocado o surgimento de novas profissões?  

Sim. Para contextualizar este movimento que já está acontecendo, é importante destacar que dos 9 pilares da Indústria 4.0 (Big Data, Robôs Autônomos, Simulação, Integração de Sistemas, Internet das Coisas (IoT), Cibersegurança, Cloud Computing, Manufatura Aditiva e Realidade Aumentada), talvez o Big Data seja um dos mais importantes e por isso gerando a necessidade de profissionais não demandados pela indústria em revoluções industriais anteriores.

A Análise de Big Data, consiste na captura, coleta e análise de grande quantidade de dados de diferentes fontes, sejam elas direta ou indiretamente ligadas aos processos produtivos, para apoiar gestores em tomadas de decisão estratégicas.

As empresas que têm adotado os pilares da Indústria 4.0, também precisam ter em seu quadro de colaboradores um “Cientista de Dados”, que muito além de ser um excelente profissional de programação, precisa ter outras competências para gerar dados confiáveis, em tempo adequado e em um formato de visualização que acelere a tomada de decisão de um gerente ou diretor industrial.

Além deste exemplo, é importante destacar que as profissões atuais também terão impacto com aplicação da indústria 4.0, pois fica cada vez mais claro que sistemas automatizados complexos, não poderão ser operados ou mantidos por profissionais que atuam em apenas uma frente, como exemplo, um Mecânico Industrial que não tiver interesse em conhecer conceitos e aplicações de eletricidade, automação e mesmo um mínimo de linguagem de programação, provavelmente ficará obsoleto. 

A Fiesc está preocupada em manter seus colaboradores atualizados?

Afirmo que não apenas preocupada, mas atuante em 3 frentes principais:

1. Formação e atualização de docentes 

A Fiesc mantém um Programa regular de formação continuada dos docentes da Educação Básica e Profissional, sempre com vista a garantir que novas tecnologias façam parte do dia a dia dos estudantes. 

2. Programa de Transformação Digital

Desde 2021 todos os colaboradores das casas Sesi Senai IEL participam de uma formação interna para apropriação e utilização dos conceitos da Indústria 4.0 em nossos processos internos, não somente nos pedagógicos, mas também nos burocráticos, que por meio da “Digitalização” está facilitando a jornada do nosso cliente, proporcionando mais rapidez desde de a confirmação de matrícula até a emissão de certificados.

3. Atualização e Aquisição de Equipamentos

Com um olhar específico para Laboratórios Didáticos voltados ao ensino dos conceitos da Indústria 4.0, foram adquiridos Kits Didáticos que concentram vários tipos de sensores que permitem a aplicação de Internet das Coisas (IoT), Cibersegurança, Cloud Computing, dentre outras possibilidades que simulam processos industriais com muita fidedignidade.

   

Como está posicionado o setor na Serra Catarinense diante das novidades do mercado?  

A Serra Catarinense, embora ainda com muito espaço e potencial para o crescimento industrial e impreterível desenvolvimento da região, já conta com grandes players multinacionais e por conta disso, em um cenário macro, não fica de fora das tendências e atualizações necessárias ao ramo industrial.

Porém, é importante salientar que ainda há uma rebentação a ser superada em empresas de menor porte, não somente em relação a automatização, mas também quanto à consciência da qualificação e atualização permanente de colaboradores.

Por certo, com mais trabalhadores capacitados e com possibilidade de atuação em setores com impacto dos pilares da indústria 4.0, poderemos melhorar a condição das empresas atuais e atrair a implantação de novas indústrias para a Região Serrana.


Para o Sebrae, pequenas empresas precisam seguir essa “onda”

“A disseminação e utilização de novas tecnologias, que será impulsionada pela internet 5G, provocará muitas mudanças em todos os aspectos da sociedade e – deste modo – também na maneira que se desempenha determinadas atividades. Cada vez mais as atividades que puderem ser automatizadas ou digitalizadas, o serão.” A frase do gerente Regional do Sebrae para a Serra Catarinense, Altenir Agostini, deixa claro que todas as empresas, independentemente do porte, serão ou já estão sendo afetadas pela evolução tecnológica. 

Para ele, essas mudanças impactarão no surgimento de novas necessidades/oportunidades, que se tornarão novas profissões. “Se voltarmos a uma década atrás, não encontraríamos influenciadores digitais, o marketing nas redes sociais, dentre outras atividades hoje comuns. Esse movimento já está acontecendo e será cada vez mais acelerado.” 

Pequenas empresas precisam estar inseridas

Para Altenir, a transformação digital é um primeiro e importante passo para que os pequenos negócios possam acompanhar essa “onda”, garantindo sua permanência no mercado e até descobrindo novas formas de atuação. “A pandemia da covid-19 “empurrou” muitas empresas para um modelo novo de negócios de maneira precipitada. Com o enfraquecimento da pandemia, espera-se que os pequenos negócios possam continuar nesse processo de inovação, agora de maneira mais planejada. Obviamente as pequenas empresas da Serra Catarinense estão nesse contexto, ainda com algumas dificuldades no sentido de percepção da necessidade de mudança e acesso a novas tecnologias.” 

Apoio do Sebrae

Para apoiar esses pequenos negócios a melhorar seus processos produtivos, produtos e gestão, o Sebrae/SC tem desenvolvido algumas estratégias de atuação. Uma delas é a ampliação do Programa Agentes Locais de Inovação (ALI), onde auxilia na implantação de soluções inovadoras em cerca de 500 pequenos negócios da Serra Catarinense, aumentando suas vendas e lucratividade.

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