Cerca de 500 pessoas perderam seus empregos com o fechamento das unidades da empresa Flex em Lages e em Xanxerê. A empresa, que pertence ao Grupo Connvert, está em processo de recuperação judicial e, em nota, alega que está passando por grandes transformações e que o fechamento se deve aos efeitos da pandemia e alterações regulatórias importantes, que impactaram negativamente o setor de telemarketing e telecobrança em 2022. 

João Carlos da Silva, do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Telecomunicações em Santa Catarina (Sinttel/SC), avalia que esse fechamento causa um dano sócio-econômico sem precedentes para o setor. “Cada colaborador, cada pessoa representa uma família. A situação piora quando a maioria foi dispensada, mas não recebeu a indenização.”

Desde o mês de dezembro de 2022 o sindicato e os ex-trabalhadores da Flex estão em uma luta constante com a empresa. Isso porque, segundo o Sinttel, os parcelamentos das rescisões contratuais, conforme acordado com os trabalhadores desligados, não estão sendo pagos, Além disso, por conta da crise financeira pela qual vem passando, desde dezembro, a Flex também suspendeu os pagamentos das verbas rescisórias, FGTS e multa dos 40% dos desligados.

“Desde então, o Sinttel-SC busca por uma solução em mesa de negociação. Como a empresa declarou recuperação judicial, e muitos estão ainda sem receber o que lhes é de direito, e até mesmo passando por dificuldades financeiras, o Sindicato entrou com uma ação coletiva, representando todos os trabalhadores de Santa Catarina, para que sejam garantidos os pagamentos.”

O que diz a empresa

A empresa mantém sua unidade na capital catarinense, a única do estado. Em seu site, explica que “A Recuperação Judicial é constituída de uma série de etapas e, à medida que tivermos novos fatos, você será comunicado, pois o nosso compromisso é manter esse canal de comunicação sempre aberto ao diálogo, prestando informações e esclarecendo dúvidas.”

Para o Folha da Serra, enviou a seguinte nota: “A Flex está passando por grandes transformações, motivadas pelo contexto macroeconômico recente, reflexos da pandemia, e por alterações regulatórias importantes, que impactaram negativamente o setor de telemarketing e telecobrança em 2022. Diante dessas mudanças, que são da natureza do nosso negócio, somado ao nosso processo de Recuperação Judicial, deferido em janeiro deste ano, tivemos que repensar muitas estratégias para garantir a manutenção da nossa empresa. O encerramento das atividades em Lages faz parte dessa reestruturação.”