Moradores do Coral e CDL Lages aprovam projeto de revitalização da praça da Paróquia do Rosário |
Estiagem já prejudica geração de energia na Serra
Choveu forte na última semana em Santa Catarina. Em Lages foram quase 50 milímetros, quantidade considerada grande para um dia. Mas a falta de chuvas regulares já prejudica a geração de energia na Usina Hidrelétrica do Salto Caveiras, que funciona abaixo de sua capacidade instalada, que é de 3,83 megawatts.
Entre abril e agosto deste ano, a usina tem trabalhado, na maior parte do tempo, com potência inferior à sua capacidade. É o que explica o engenheiro Caio Cesar Borges Belico, do Departamento de Operação e Manutenção da Celesc Geração. "Não é a primeira vez que esse problema ocorre, inclusive, desde 2018, o Rio Caveiras tem apresentado com frequência períodos de baixa afluência."
Questionado sobre o que pode ser feito para mitigar o problema, o engenheiro alerta que não existe apenas um motivo para a situação atual. As mudanças no clima é o principal, mas o desmatamento em todos os biomas do Brasil provoca a diminuição de chuvas. Sendo assim, o incentivo em políticas de gestão ambiental torna-se cada vez mais importante para reverter esse quadro.
A escassez hídrica é comum em grande parte do Estado e, nos últimos meses, a maioria das usinas catarinenses têm produzido energia abaixo da sua média de geração. Até o momento, a Celesc Geração está 16,48% abaixo de energia do que deveria produzir e o maior motivo para esta queda é a restrição hídrica. Ela possui 12 usinas classificadas como CGHs - Centrais Geradoras, com potência de até 5 MW, ou PCHs - Pequenas Centrais Geradoras, com potência entre 5 MW e 30 MW, no estado de Santa Catarina.
No caso da estiagem se prolongar por mais alguns meses, o engenheiro Caio Cesar explica que a energia entregue aos consumidores é proveniente do Sistema Interligado Nacional (SIN), que é um sistema de grande porte de produção, transmissão e distribuição de energia elétrica. O Operador Nacional do Sistema (ONS), na opinião do engenheiro, vem envidando esforços para que o país atravesse a crise hídrica sem problemas no fornecimento de energia.
"O porte da Usina Caveiras, frente à capacidade do sistema, não é tão relevante a ponto de influenciar no desabastecimento da população, porém, por produzir energia mais próxima ao seu consumo final, as centrais hidrelétricas contribuem em confiabilidade do sistema elétrico da região onde está conectada."
São várias usinas na região
No mês de julho, a Usina Hidrelétrica Barra Grande, instalada entre Anita Garibaldi e Pinhal da Serra (RS) repassou R$ 256.934,83 a título de CFURH (Compensação Financeira pelo Uso dos Recursos Hídricos). São recursos destinados mensalmente aos municípios do entorno da usina, aos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, e também a órgãos do Governo Federal.
A lógica é simples. Como a Usina ocupou parcialmente terras de alguns municípios, cabe a ela compensar financeiramente o uso dos recursos hídricos para a geração de energia. E o valor destinado a cada município é variável, pois depende da área de terra alagada pelo reservatório da Usina. Por isso, Anita Garibaldi e Pinhal da Serra são os que recebem o maior montante.
Da mesma forma, quanto menor a geração em função da falta de água, menor será o repasse aos municípios. A Serra possui ainda as usinas de Campos Novos, que atinge Anita Garibaldi; Garibaldi, entre Cerro Negro e Abdon Batista e São Roque, em instalação no município de São José do Cerrito.
Repasse da Baesa
Anita Garibaldi 32.265,68
Campo Belo do Sul 13.320,19
Capão Alto 14.857,84
Cerro Negro 16.923,13
Lages 1.251,75
Base: Julho/21
Deixe seu comentário