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Agronegócio

Chuvas atrasam plantio, mas queda na safra de verão ainda é incerta

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Serra Catarinense e Planalto Norte são as últimas fronteiras agrícolas de Santa Catarina

As chuvas de outubro e novembro, que causaram milhões de reais em prejuízos em Santa Catarina, também podem ter impacto negativo na produção de grãos.

A época ideal de plantio da soja é de outubro a dezembro, mas, neste ano, em função do excesso de umidade, só foi possível iniciar o plantio depois do dia 22 de outubro.

O resultado deste atraso será conhecido somente na época da colheita, até porque o fenômeno El Niño continuará influenciando o clima dos próximos meses. Caso haja quebra, o reflexo será a elevação no preço dos alimentos. 

Cláudio Luis da Silveira, extensionista rural do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Cepa), entidade que trabalha junto à Epagri, é o responsável pelo acompanhamento das safras em todos os municípios da Serra Catarinense.

Ele explica que  agora em dezembro as plantas estão na fase inicial de desenvolvimento, mas as lavouras da cultura (soja) sofreram por falta de luz e calor no mês de novembro, prejudicando o seu desenvolvimento.

“A cultura do milho também sofreu atraso no plantio, mas até o momento não sofreu os problemas enfrentados pela soja. O feijão, a cada ano, está sofrendo queda no plantio, houve também atraso no plantio da cultura.”

O fenômeno El Niño forte terá pico máximo entre dezembro/23 e janeiro/24, mas persiste durante todo o verão. Mesmo assim, ainda é cedo para prever alguma queda na produção das culturas de verão. 

Os últimos anos foram de crescimento nas safras de grãos, principalmente com a abertura da Coxilha Rica para a soja. Cláudio avalia que essa tendência se mantém.

Os agricultores de Lages estão abrindo novas áreas para o plantio de soja, principalmente na região da Coxilha Rica, onde a pecuária e o turismo também continuam em ascensão. 


Serra e Planalto Norte são últimas fronteiras agrícolas

Questionado se a pode-se dizer que a Serra Catarinense já desponta como uma das principais regiões produtoras de grãos do estado, Cláudio Luis da Silveira comenta que a  Serra e algumas áreas do Planalto Norte são as únicas áreas de Santa Catarina que podem abrir espaço para o plantio de grãos.

“O estado 1.112.000 hectares de soja e milho e a Serra Catarinense planta 113.000 hectares, isto representa um pouco mais de 10% da área plantada do estado de Santa Catarina.”

A ampliação das lavouras deve vir em parte das áreas utilizadas para o plantio de florestas.Em cinco anos, o estado teve uma redução de 72,3 mil hectares na área de silvicultura. Grande parte dessas terras passaram a ser utilizadas para o plantio de grãos. 

Como Santa Catarina é o maior produtor e exportador de madeira serrada do Brasil, a diminuição das reservas de florestas plantadas preocupa o setor.

Para reverter o processo, o Governo do Estado anunciou iniciativa para estimular o plantio de florestas, ação que conta com a parceria da Fiesc. Deu o nome de "Plano Estadual de Florestas Plantadas", que praticamente prevê as mesmas ações do "Programa de Desenvolvimento Florestal", anunciado em março do ano passado.


Cadeia de produção

A exemplo da maçã e de outras culturas de larga escala, a produção de grãos movimenta a indústria metalmecânica, a fabricação e a venda de implementos e máquinas agrícolas, além dos setores de serviço (instalação e manutenção) e transporte.

Uma possível queda motivada pelo clima teria impacto em todos os setores envolvidos, até mesmo nas cooperativas que se instalaram na Serra Catarinense com o objetivo de atender os produtores. São elas que armazenam, secam e até comercializam os grãos. Também oferecem, é claro, assistência técnica.


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