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Pecuária

Raça Crioula Lageana busca valorização em SC e no país

  • MF Rural/Divulgação

Três questões estão sendo viabilizadas: o registro genealógico da raça; a criação de uma estação de avaliação dos touros e a criação de mercado para a carne

Reunião organizada pela Secretaria de Estado da Agricultura e Pesca, por meio da assessoria direta da pasta, na sede do Sebrae, em Lages, na tarde de terça-feira (16), atendeu à solicitação da Associação Brasileira de Criadores da Raça Crioula Lageana (ABCCL), com o objetivo de buscar, através de políticas públicas, o desenvolvimento da raça, considerada extremamente importante para a história de Santa Catarina.

Conforme explica Paulo Arruda, representante da Secretaria da Agricultura, a partir de um termo de cooperação, três questões estão sendo viabilizadas: o registro genealógico da raça; a criação de uma estação de avaliação dos touros jovens, e num terceiro item, criar mercado a partir de uma identidade para que a carne da raça crioula lageana possa ser visualizada como diferenciada por parte do consumidor. “Com esse resgate, também se desenvolve o turismo na região entre várias outras atividades no entorno da raça e a própria agricultura em si”, afirma Paulo.

Além disso, todos os envolvidos no projeto buscam a criação de uma lei de reconhecimento da raça crioula em Santa Catarina, e que vai além, abrangendo outras raças de animais como a do porco moura, a ovelha crioula, ou o cavalo campeiro. Trata-se de uma busca de valorização das raças catarinenses.

Participação da Embrapa

Nesta mesma reunião, técnicos da Emprapa de Brasília e do Piauí demonstraram todos os dados científicos que comprovam que a raça tem rusticidade, marmoreio da carne, boa produtividade e eficiência, além do ótimo rendimento. O sentido é mostrar que é um bom negócio e que vale a pena a valorização dessa raça, construída por uma grande história em Santa Catarina, e, acima de tudo, com enorme potencial de desenvolvimento.

A participação da Embrapa junto à ABCCL já tem quase 20 anos, com diversos estudos que identificaram os potenciais da raça. Porém, agora, se junta à criação de um grupo de trabalho envolvendo a ABCCL, Epagri, Governo do Estado, através da Secretaria da Agricultura, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Udesc, o Sebrae e demais entidades interessadas na condução do processo de desenvolvimento da raça, não só em Santa Catarina, mas também em todo o Brasil. Na reunião, estiveram presentes também produtores de Minas Gerais interessados em avançar na cadeia produtiva da raça.

ABCCL

Para o presidente da Associação Brasileira de Criadores da Raça Crioula Lageana (ABCCL), Edilson Binotto, o que se identificou é que esse animal é propício pela rusticidade e pela resistência. A partir de longos estudos, a identificação que a raça crioula tem potencial para se expandir nos cruzamentos industriais especialmente no Norte, Nordeste e Centro Oeste do país. A utilização dele, através de cruzamentos amplia a melhora genética de outros animais, caso dos zebuínos, por exemplo. “Já foram feitos os estudos e experimentos e as mostras identificaram que a raça tem esse potencial”, evidenciou o presidente.

Envolvimento do Sebrae

O Sebrae atua num projeto formalizado em 2022, com investimento financeiro de R$ 900 mil para implementar ações de desenvolvimento do gado crioulo, pelo período de três anos. Estão sendo feitos, por exemplo, trabalhos de inseminação artificial, avaliação genética e fertilização in vitro. Além disso, auxilia na confecção do caderno de normas da raça para a comercialização, incluindo a certificação de origem.

Conforme explicou o gerente regional do órgão, Altenir Agostini, o Sebrae tem trabalhado numa política de valorização de produtos característicos da Serra Catarinense. No tocante à raça Crioula Lageana, o que existe é um trabalho que vem sendo executado priorizando o melhoramento genético. “Queremos chegar a uma etapa em que nós possamos ter volume de animais disponíveis e com melhor qualidade possível a irem para o mercado, abrindo espaços comerciais e buscando a certificação do produto”, completou Altenir.

Rusticidade e boa aptidão para carne e leite

O Crioulo Lageano é originário, provavelmente, dos antigos bovinos Hamíticos, caracterizados por chifres longos, introduzidos do sul da Espanha, provenientes da África do Norte.  Descendente direto do gado trazido pelos colonizadores portugueses e espanhóis, no Brasil, o gado Crioulo Lageano vem passando por um processo de seleção natural há quase quatro séculos no planalto catarinense.  Segundo o pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Arthur Mariante, a adaptação desse bovino ao longo dos séculos resultou em uma enorme rusticidade, traduzida numa adaptação às baixas temperaturas registradas naquela região, que estão entre as mais frias do país.

Os bovinos da raça Crioula Lageana são animais de grande porte produtores de carne, que também apresentam boa aptidão leiteira, que faz com que as mães apresentem uma excelente habilidade materna.  

Fonte: PCV Assessoria & Comunicação

Foto: Raça crioula - crédito nas fotos

Legenda: Raça é centenária, rústica e com aptidão para carne e leite


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