<
logo RCN
São Joaquim

Queda na produção de maçãs afetará todos os setores

A cadeia da produção de maçã responde por quase 80% da geração de riquezas e a queda afetará Indústria, Comércio e Serviços

As questões climáticas influenciaram na safra 2023/2024 da maçã em Santa Catarina, a produção foi de 423 mil toneladas, o que representa uma queda de 24% na comparação com as 552,2 mil toneladas da fruta produzidas na safra 2022/2023, conforme dados do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa). A quebra da safra afeta diretamente os fruticultores e cooperativas e, na sequência, os demais setores da economia. 

Basta percorrer as ruas da cidade para comprovar o envolvimento das empresas com a produção da fruta. São barracões para armazenamento e processamento, lojas de ferramentas, de equipamentos e insumos, tudo destinado à fruticultura. 

Supermercados, lojas de roupas e calçados também têm na fruticultura a expectativa de boas vendas. Safra boa sempre é sinônimo de movimento intenso. 

Entrevista

Rafael Vieira Grillo

Presidente da Amap/SC 

O senhor acredita que a redução da última safra pode desestimular investimentos e a abertura de novas áreas com pomares de maçã?

Nos últimos anos, o preço tem dado retorno ao produtor, com isso já existem vários investimentos em andamento com implantação de novas áreas e replantio de áreas que já estavam velhas e obsoletas. É uma tendência a troca dos tipos dos pomares para áreas com maior produtividade e qualidade dos frutos, graças às novas variedades e novos porta-enxertos. 

Pelo contato que o senhor tem com os produtores, a venda chegou a cobrir o custo de produção?

Depende muito da quantidade de maçã produzida por hectare. Alguns ganharam bastante dinheiro e alguns não conseguiram cobrir seus custos, mas na sua maioria, mesmo com a quebra, o nosso produtor no mínimo conseguiu empatar o ano. 

A maçã é a principal atividade econômica do município. Essa redução deve impactar outros setores, a exemplo do Comércio e Serviços?

Com certeza. Nossa região depende muito da maçã, e um ano de pouca produção reflete não só no produtor, mas na cadeia econômica da maçã, e menor giro de dinheiro, menor movimento no comércio.

Prefeitura decretou Situação de Emergência

Santa Catarina é campeã nacional na produção de maçã, atenta a necessidade de investimentos em pesquisa e de acesso a programas de incentivo, a Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (SAR) desenvolve ações contínuas junto às empresas vinculadas Epagri, Cidasc e Ceasa para aumentar a produtividade e difundir novas tecnologias nesse cultivo.

Um dos exemplos desse panorama é São Joaquim, município reconhecido como líder na produção de maçã no estado, com 63% da área catarinense no cultivo da maçã. O Decreto nº 277/2024 da Prefeitura de São Joaquim, de 1º de julho de 2024, declarou situação de emergência no município, em decorrência das chuvas intensas. O decreto considera que a estimativa de perda foi de 20% na produção da maçã da variedade Fuji e 30% na produção da variedade Gala, de acordo com o Relatório de Estimativa de Perdas em Função de Evento Climático, realizado pela Epagri/SJ.

Segundo o secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, Valdir Colatto, a SAR está ouvindo o setor e estimulando o acesso aos programas existentes para minimizar as perdas. “Somos referência na produção de maçã, o governo do Estado está trabalhando firmemente para que o setor tenha sempre uma vigilância e investimentos constantes. Santa Catarina é conhecida pela qualidade dos alimentos e o nosso compromisso é manter o setor funcionando e aquecido, para que o nosso estado continue sendo referência tanto de maçãs, quanto de outros produtos”, destaca. 

Com informação da Epagri e Amap

Irani recebe prêmio nacional pelas ações na área de inovação Anterior

Irani recebe prêmio nacional pelas ações na área de inovação

Trajetória de sucesso e ousadia no ramo imobiliário Próximo

Trajetória de sucesso e ousadia no ramo imobiliário

Deixe seu comentário