Agronegócio alavanca outros setores

Em março, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o Brasil gerou 195.171 novos postos de trabalho. No mesmo período, Santa Catarina contabilizou 11.885, ficando em sétimo lugar no Brasil. Nada mal para um estado que possui menos que 2% do território nacional. 

Outro dado relevante é que sozinho, nosso estado gerou mais empregos que todos os estados da região Norte somados (10 mil) e quase o mesmo que todos os estados do Nordeste, que totalizaram 14 mil novos postos. 

Nos primeiros três meses, Santa Catarina soma 48.471 novos postos. Segundo a Fiesc, o estado vai bem mesmo com as altas taxas de impostos, porque é destaque na exportação. Também segundo a Federação da Indústria, o agronegócio alavancou outros setores como o de máquinas e equipamentos e o de serviços. Tanto é verdade que no mês de março, no Brasil, o setor de serviço respondeu com 122.323 novas vagas do total de 195.171 geradas. 

Espero que o Governo Federal esteja atento aos números, pare de falar mal do agronegócio e atenda as reivindicações da CNA em relação ao plano agrícola. 

Ainda em relação a geração de empregos, Lages criou 429 vagas em março e totaliza 753 na somatória dos primeiros três meses do ano. Na Serra Catarinense, São Joaquim é o grande destaque do trimestre com 1.237 novas vagas. Resultado da produção da maçã e do período da colheita do fruto. O município é o maior produtor brasileiros de maçãs. É mais um fator que confirma a força do agronegócio nacional.

“O destacado desempenho catarinense é explicado pela capacidade de inserção internacional, integração com o agronegócio nacional e pela fase do ciclo de produção da construção civil. Nas exportações, o destaque é para motores e geradores elétricos, assim como, para partes de automotores, que impulsionaram as produções dos respectivos setores em 14,2% e 13,2%, enquanto os mesmos setores permaneceram estagnados em âmbito nacional.”

Mario Cezar de Aguiar, presidente da Fiesc, analisando bom desempenho de SC

Exportações_ Mesmo em contexto de elevadas taxas de juros que explicam a contração da produção industrial nacional em 0,2%, em fevereiro na comparação com janeiro, a produção industrial de Santa Catarina cresceu 1,8%, no mesmo período. Os dados, dessazonalizados, foram analisados pelo Observatório Fiesc.

Máquinas_ No âmbito interno, as excelentes safras do início de 2023 explicam o desempenho dos setores de máquinas e equipamentos catarinense, cuja produção cresceu 12,4%, enquanto a nacional também se manteve estagnada. Adicionalmente, o setor de minerais não-metálicos cresceu 13,8%, aparentemente beneficiado pela combinação de forte demanda no litoral catarinense, com momento do ciclo de construções residenciais iniciadas em 2020 e 2021, no imediato pós-pandemia. 

MEIs_ Desde abril, as Notas Fiscais de Serviço Eletrônica (NFS-e) de Microempreendedores Individuais (MEIs) não podem ser mais emitidas por meio do sistema municipal, e terão um sistema unificado no padrão nacional. A mudança trará benefícios para os contribuintes, como a simplificação de procedimentos, padronização com validade nacional, aplicativo para telefone móvel e dispensa de emissão de outro documento relativo ao Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS). 

MEIs 2_ O Sebrae/SC disponibilizou um  material para os MEIS com dicas e o passo a passo de uso no novo sistema, disponível em: http://sebrae.sc/emitir-nf. Qualquer MEI prestador de serviços no Brasil, independente do convênio do município, já pode emitir as suas NFS-e no padrão nacional. A orientação é que os empreendedores realizem o cadastro no sistema nacional o quanto antes, atendendo as resoluções do Comitê Gestor do Simples Nacional (CGSN) nº 169/2022.