logo RCN
Serra Catarinense

Moradores do interior penam com quedas de energia elétrica

Além do desconforto, situação causa prejuízos financeiros para produtores de leite, de queijo, vime e empresário da área de turismo

“Um problema que se arrasta há tempos e piora a cada ano. A queda de energia elétrica nos municípios do interior da Serra Catarinense foi discutida pelos presidentes de Câmaras de Vereadores, na manhã de quarta-feira (27), no auditório da Amures. A convocação da União das Câmaras de Vereadores da Região Serrana (Uveres) serviu para esclarecer porque falta energia elétrica com tanta frequência no interior.” 

O texto acima foi extraído do site da Amures e é de julho de 2011, mas nunca foi tão atual. Cresce o número de reclamação por parte de pessoas que residem no interior dos municípios e, que apesar dos protocolos e reclamações, não conseguem ver seus pleitos atendidos pela Celesc. 

Utilizados como exemplos, moradores das localidades de Campinas e de Dois Irmãos, em Bocaina do Sul, ganharam destaque estadual essa semana. São localidades distantes do perímetro urbano e que sequer conseguem abrir chamado pedindo o conserto da rede, já que ficam também sem possibilidade de comunicação. 

“Eles precisam se deslocar até a cidade para abrir o protocolo na Celesc. Alguns percorrem 30 quilômetros para isso,” afirma a secretária de Administração de Bocaina do Sul, Leujane Sutil. Ela avalia que a situação se agravou nos últimos anos. Foram abertos vários chamados e protocolos e a prefeitura protocolou ofício em agosto de 2022, que sequer foi respondido. Reunião entre Celesc e prefeitura foi realizada no dia 20 do mês passado e segundo a secretária providências foram tomadas. “Eles enviaram fotos de equipes recuperando redes e cortando galhos de árvores que caem nas redes, interrompendo o serviço.”


Problema seria a vegetação

Em nota, a Celesc informa que a maioria das quedas são causadas por galhos que balançam e danificam as redes, principalmente durante temporais. Profissionais seriam deslocados para proceder o corte preventivo e o reparo dos sistema. Grandes distâncias e dificuldade de acesso também dificultam esse trabalho. 

A empresa também alerta que vai ressarcir todas as pessoas que tiveram prejuízo com equipamentos queimados ou que perderam a produção em decorrência da falta de energia. 

Prejuízos de toda ordem

A população do interior relata que muitas vezes a energia volta em meia fase e causa a queima de aparelhos e equipamentos. Produtores de leite não conseguem manter o produto resfriado e como a qualidade baixa realizam o descarte da produção. 

Uma empresária que possui uma pousada em Bocaina do Sul relata que em um único dia foram 20 quedas. Sem energia também fica sem internet e sem comunicação. Não pode receber hóspedes e já perdeu várias reservas. Todos indicam que essa situação não é recente, se arrasta há anos. 

A secretária de Administração de Bocaina do Sul, Leujane Sutil, acrescenta à lista dos prejudicados os produtores de artesanato de vime. “É a principal fonte de renda dessas pessoas. Eles utilizam vários equipamentos para preparar as varas de vime e todos funcionam com a energia elétrica. Sem energia não há produção.”

Além das questões econômicas, alguns idosos necessitam da energia para manter os respiradores. 


Capão Alto fará reunião com a operadora

A situação de Bocaina do Sul se repete em outros municípios da Serra Catarinense. Um deles é Capão Alto. Diego Machado, secretário municipal de Administração, avalia que o problema é frequente. “Entramos em contato e eles prometeram trocar os capacitores. Queremos fazer outra reunião ainda esse mês.”

A expectativa do secretário é que a instalação de lâmpadas de LED no sistema de iluminação pública deve amenizar a situação. São lâmpadas mais econômicas em comparação às convencionais. O consumo na cidade deve diminuir e a energia que chega ao município pode ser melhor aproveitada no campo. 


Amures

A exemplo do que ocorreu no passado, o tema deve ser tratado em reunião com os prefeitos que fazem parte da Associação dos Municípios da Região Serrana (Amures). Entramos em contato com o presidente da entidade, mas não obtivemos resposta até o fechamento desta edição. 

Fato é que não se trata de um problema isolado, mas que prejudica o desenvolvimento de uma das regiões mais carentes de Santa Catarina e que possui no meio rural o alicerce para a economia da maioria dos municípios. 

Agricultores aprimoram conhecimento em Dia de Campo Anterior

Agricultores aprimoram conhecimento em Dia de Campo

Gabião melhora segurança no terreno do hospital Próximo

Gabião melhora segurança no terreno do hospital

Deixe seu comentário