Este está sendo considerado o júri com maior número de réus já realizado em Santa Catarina
Começou, na manhã desta segunda-feira (27), o julgamento de 22 réus acusados pelo homicídio triplamente qualificado, contra um detento, ocorrido em maio de 2019. O crime teria sido praticado por outros detentos, dentro do Presídio Masculino de Lages. A expectativa é de que o julgamento desses homens se estenda até sexta-feira (2/4).
A sessão, presidida pelo juiz titular da 1ª Vara Criminal da Comarca de Lages, Laerte Roque Silva, já é considerado o maior júri em número de réus realizado em Santa Catarina. Por questões de logística e segurança, o acesso foi restrito e a segurança interna e externa do Fórum Nereu Ramos foi reforçada por diferentes forças policiais.
A sessão começou às 9h com a leitura da composição do júri que, além do juiz e dos 22 réus que se sentarão no espaço destinado à plateia, terá a participação de 13 testemunhas, 33 advogados de defesa, dois defensores públicos, três promotores de justiça e demais servidores do Fórum.
Na sequência, houve o sorteio do Conselho de Sentença, composto por sete jurados, escolhidos entre 61 pessoas da sociedade civil e que tiveram a concordância de advogados, defensores públicos e Ministério Público. “Os sete escolhidos ficarão incomunicáveis durante todo o tempo do julgamento. Todos serão colocados em um hotel e não poderão ter contato com celular, com a família ou qualquer outra pessoa”, explicou a assessora do juiz presidente da sessão, Karina Borges.
Karina informou, também, que o julgamento se iniciará pela inquisição das 13 testemunhas arroladas e o interrogatório dos réus. Nos próximos dias, acontecem os debates com os advogados e a acusação. “O andamento de tudo vai depender do como vai acontecer, já que cada testemunha tem um certo tempo e ainda não sabemos quanto será. Mas a expectativa é conseguir ouvir os réus ainda hoje.”
Sobre o crime
Conforme denúncia do Ministério Público, todos, inclusive a vítima, eram envolvidos com organizações criminosas. Em maio de 2019, no Presídio Masculino de Lages, a vítima teria sido atraída por um dos acusados para um local onde os agentes penitenciários não conseguiriam ver a ação. Outros detentos teriam feito um corredor para acobertar o crime e a vítima teria sido espancada até a morte. Consta na denúncia que a motivação seria uma dívida com a facção criminosa.
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