Moradores do Coral e CDL Lages aprovam projeto de revitalização da praça da Paróquia do Rosário |
Turismo: A Serra está pronta para crescer
-
Onéris Lopes / Amures
Nas últimas décadas, cada vez mais o turismo faz parte da economia dos municípios da Serra Catarinense. É claro que na maioria deles a agropecuária ainda responde como principal fonte de renda. Em Lages, Otacílio Costa e em Correia Pinto é a Indústria, o Comércio e o Serviços que surgem na ponta da tabela, mas é inegável a contribuição do setor que está sempre apresentando novidades para receber visitantes do Brasil e de várias partes do mundo.
Nem sempre foi assim. Os atrativos naturais permaneceram desconhecidos por muito tempo. Entre as décadas de 1960 e 1970 São Joaquim ganhou notoriedade nacional em função do frio. A Festa Nacional da Maçã recebeu a visita de vários presidentes da República, feito impensado para uma pequena cidade do interior.
Na década de 1980 o destaque foi Lages, que criou o modelo de turismo rural, copiado depois por todo o Brasil. Era uma forma de receber turistas sem interferir nas atividades primárias das fazendas. As porteiras foram abertas, os visitantes chegaram e, além de desfrutar das belezas naturais, interagiam com os proprietários das fazendas e com os funcionários. Muitas vezes ajudavam nas atividades campeiras.
A tranquilidade do campo, a comida caseira, o pinhão, tudo era motivo de encantamento. Quando geava ou nevava a atração estava completa. Situação única. Uma experiência possível de ocorrer com intensidade apenas nos estados mais ao Sul do Brasil.
Desta forma, para atender a demanda, surgiram hotéis fazenda, pousadas e hotéis urbanos. Em algumas épocas do ano, a procura é tão intensa que famílias abrem suas casas para receber os visitantes.
Uva, vinho e turismo
Concentradas na região de São Joaquim, as primeiras vinícolas surgiram, geralmente, como uma aposta de seus proprietários, atraídos pelos bons resultados dos testes feitos pela Epagri com a produção de alguns vinhedos. Mas, com elas, em 20 anos a Serra Catarinense surpreendeu, obtendo prêmios vistos somente em regiões onde a produção é centenária.
Vários vinhos produzidos aqui foram premiados até em concursos internacionais. Desta forma, a cada ano a produção ganha em quantidade e em qualidade. Foi o start para o enoturismo. Atualmente, os empreendimentos já são concebidos para receber esse público, que percorre o país em busca de uma experiência singular ao abrir uma garrafa de vinho.
Além de São Joaquim, esses empreendimentos também fortalecem a economia de Bom Retiro, Capão Alto, Campo Belo do Sul e Urupema, dentre outros. Em época de colheita as atrações se multiplicam. As vinícolas oferecem almoços, jantares e piqueniques debaixo das parreiras, tudo harmonizado com vinhos de excelência.
Profissionalismo é a chave
Além dos vinhos, as vinícolas surpreendem pela decoração, pela amplitude dos ambientes que remetem a construções europeias. São construções pensadas para receber turistas e produzir vinhos. Nelas, os visitantes conhecem todas as etapas de vinificação e ao fim saboreiam vinhos consagrados.
Esse profissionalismo, esse cuidado, também é percebido em hotéis e pousadas, que aliam a deslumbrante natureza serrana ao que a de mais moderno em receptivo. Piscinas térmicas, ambientes envidraçados e climatizados e várias opções de lazer que vão da cavalgada à canoagem, das caminhadas em trilhas ao cicloturismo ou quadriciclo.
Essa é a Serra Catarinense, onde o turismo é pujante mas certamente será impulsionado como nunca antes em função da realização da convenção da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa).
Deixe seu comentário