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São Braz

Referência nacional, apicultor completa 40 anos de atividade

  • Alceu Perão e seu sócio, o filho Marcelo, administram a empresa

    Mauro Maciel

Pouco conhecido no Brasil, mas muito valorizado no exterior, o mel de bracatinga é produzido somente nos três estados do Sul. Uma das referências brasileiras neste setor está em Lages.

Trata-se do apicultor José Alceu Perão, que completa 40 anos de atividade, colecionando títulos importantes. Ele conquistou o Selo Arte, o que possibilitou à empresa dele, a São Braz, comercializar em todo o Brasil, e também o selo da Indicação Geográfica (IG), com a inscrição de número 1.

Este selo é a garantia que o mel de bracatinga São Braz é da Serra Catarinense, região que responde por 60% da produção nacional. 

No ano passado, a TV Brasil fez uma reportagem especial sobre o mel de melato e Perão foi um dos entrevistados pelos jornalistas Carina Dourado e Tiago Bittencourt.

A reportagem também foi publicada na forma de texto no portal da Agência Brasil em 30 de outubro de 2022. Nela, fica claro como esse tipo de mel é um produto singular.

Na reportagem, Perão explicou que o mel é produzido somente nos anos pares. Nos anos ímpares, os apicultores aproveitam para parasitar novas árvores.

“Se você quer levar esses ovos da cochonilha para outra bracatinga, tem que remover parte da casca da árvore parasitada, com ovos que a gente não vê, para eclodir numa outra árvore e ela começar a produzir também”, esclareceu o apicultor José Alceu Perão.

Ele também lembrou que as árvores têm um ciclo de vida bem definido, de sete a oito anos para soltar a seiva e, com 15 anos, já secam.

Todas essas características - nutricionais, de tempo e o selo de indicação geográfica - fazem com que o mel de bracatinga tenha um valor bem acima do mel floral.

“Isso é único no mundo, não se tem conhecimento de um mel idêntico a esse”, contou Perão. Cada colmeia produz até 60 quilos por ano.


Como é feito o mel de bracatinga

O Brasil tem um mel único no mundo: o que é feito a partir de melato da bracatinga. Esse tipo de produto não vem do néctar das flores, mas da seiva de uma árvore, retirada por um inseto, em um processo de produção em série natural.

A matéria-prima do melato da bracatinga vem da árvore que dá nome ao mel, extraída pela cochonilha, um parasita que, na maioria das vezes, é tratado como praga.

Só que, neste caso, a cochonilha, que fica na casca da bracatinga, trabalha como uma operária dessa produção.

Ao digerir a seiva, expele um melato adocicado por longos fios brancos que saem do inseto, a parte visível nas árvores parasitadas por esse tipo de parasita. O melato atrai as abelhas, que o levam para as colmeias, onde é transformado em mel.

O resultado é um mel escuro, rico em minerais, que não cristaliza, anti-inflamatório e antioxidante, com mais oligossacarídeos (que atuam como fibras no organismo humano) e menos glicose e frutose, quando comparado ao mel floral.

O produto tem atraído a atenção estrangeira, que já percebeu seu potencial nutritivo, mas no próprio país ainda é uma novidade.


Só em anos pares

O mel de bracatinga, além de ter a restrição da região geográfica, também só é colhido durante um período curto de tempo: a cada dois anos.

Nos anos pares, durante cinco meses, entre fevereiro e julho, a cochonilha está no último estágio de larva e é quando secreta mais melato.

Depois, ocorre o período de acasalamento e, nos anos ímpares, postura de ovos e todo o ciclo de desenvolvimento do inseto, onde não há a produção em quantidade suficiente para as abelhas coletarem o melato.


Exportação

Cerca de 90% do mel de melato de bracatinga ainda é exportado, principalmente para a Europa e a Alemanha é o maior comprador, segundo o agrônomo Áquila Schneider, que coordena a produção apícola do Planalto Sul, pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri).

No Brasil, esse mel ainda é pouco conhecido. “A gente já nota a procura das pessoas, mas falta ainda mais divulgação, por ser um mel tão importante em minerais, que podemos consumir”, avaliou Joel.


Com informações do Sebrae e Agência Brasil


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