Projeto é uma iniciativa do Banco da Família, maior instituição de microfinanças do Brasil
Os números ainda são tímidos, mas o projeto é ambicioso: criar um certificado de origem para produtos feitos na Serra Catarinense e torná-los mundialmente conhecidos. Este é o propósito do programa "Produtores da Serra", iniciado há dois anos pelo Banco da Família para apoiar micro e pequenos produtores, gerando renda para região. Alguns destes produtores vão expor seu trabalho entre os dias 13 e 16 de outubro na ExpoLages, no Parque de Exposições Conta Dinheiro, em Lages.
"A iniciativa está conectada com as raízes do Banco da Família, que surgiu em 1998 para apoiar Lages a sair da depressão econômica e a partir disso, se consolidou como um forte pilar de desenvolvimento da Região Sul do Brasil, reconhecido mundialmente. "Não é algo que mira o curto prazo. Nosso objetivo está lá na frente. Acreditamos no potencial dos produtos da Serra, como mais um forte braço para impulsionar o turismo catarinense", diz Geórgia Schmidt, Diretora Administrativa do Banco da Família, responsável pelo programa.
A executiva diz que as dificuldades existem, "mas seguimos investindo porque é um projeto com grande potencial. Estamos trabalhando as marcas, embalagem e estratégias de vendas. Eventos como a ExpoLages são importantes porque fortalecem o programa e ajudam a desenvolver o orgulho dos lageanos pelos produtos desenvolvidos na região", observa.
Jaqueline tem uma pequena empresa familiar que produz alimentos defumados com menor quantidade de sal e aditivos químicos. Junto com o marido Sílvio, é responsável pela produção, enquanto a filha Gabriela vende os produtos num box do mercado público de Lages. À frente da Lingmone Defumados, Jaqueline acha importante a participação na feira. "Com os eventos, conseguimos aumentar em R$ 1 mil reais nosso faturamento", diz. "Nosso objetivo é ampliar as parcerias e estabilizar o fluxo de caixa, pois a receita oscila muito ainda".
Nivael, 21 anos, tinha saído de casa para estudar, mas após a morte do pai, em 2020, voltou para ajudar a mãe Nilva, 56 anos, a cuidar da plantação de morangos. Logo criaram uma pequena fábrica de geleias - Geleia Carú - a partir do cultivo da fruta na fazenda em São José do Cerrito. "Sobrava muito morango e a gente precisava congelar. Aí, decidimos produzir numa escala maior a geleia que a minha mãe já fazia em casa. Começamos vendendo em torno de 20 unidades mês e após aderir ao programa a produção saltou para 100 a 120 geleias por mês, chegando até a 300 unidades por mês. Hoje nem vendemos mais morango, pois toda a produção vira geleia", explica.
O Produtores da Serra começou com sete pequenos produtores rurais e hoje atende 17 famílias. Mais de 52 mil produtos já foram comercializados, pelos canais de vendas estabelecidos com parceiros que entendem a importância deste programa. "Queremos ser reconhecidos em todo o mundo pela qualidade dos nossos produtos. O caminho é longo, mas chegaremos lá", diz Geórgia.
Sobre o Banco da Família
Com 24 anos de atuação, o Banco da Família tem cerca de 26.600 mil clientes ativos em 222 municípios dos estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), já concedeu mais de R$ 1,2 bilhão em crédito em mais de 400 mil operações. Segundo a Associação Brasileira de Entidades Operadoras de Microcrédito e Microfinanças (Abcred), o Banco da Família é a maior instituição de microfinanças do Sul do país, tendo impactado aproximadamente 1,5 milhão de pessoas. E também classificado como a primeira melhor instituição do Brasil e a terceira do mundo, segundo a Microrate.
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