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Preço alavanca plantio de trigo na Serra Catarinense
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Imagem mostra o trigo na fase de colheita, mas o da Serra ainda será cultivado
Aen.pr.gov.br
Cultivado entre julho e agosto e colhido entre novembro e dezembro, o trigo nunca foi muito expressivo na Serra Catarinense. É que nos meses mais frios do ano, geralmente os campos são utilizados para as pastagens de inverno, atividade que competia com o grão. Mas, neste ano, a expectativa é de crescimento, principalmente em função do preço da saca, cotada nesta semana em R$ 83,00.
No estado, o Governo de Santa Catarina prevê crescimento de 55% nesta safra, produção concentrada principalmente nas regiões Meio Oeste e Oeste. E atribui essa evolução ao Projeto de Incentivo ao Plantio de Cereais de Inverno, onde a Secretaria da Agricultura dá uma subvenção de R$ 250,00 por hectare efetivamente plantado com cereais de inverno, num limite de 10 hectares por produtor.
Com sede em Lages, a Cooperplan atende agricultores principalmente de Lages, Campo Belo do Sul e Capão Alto. O diretor comercial da cooperativa, Luis carlos Uncini, avalia que em Lages nenhuma saca foi colhida no ano passado e, neste ano, a previsão é do cultivo em 600 hectares, o que deve resultar em uma colheita de 3 mil toneladas.
Para ele, os produtores investiram na cultura motivados pelo bom preço da venda. "O plantio ocorre entre julho e agosto. Quem colher até novembro pode ocupar a área para a soja. Mas quem colher em dezembro só poderá cultivar feijão," alerta Uncini, lembrando que as maiores produções da região são de soja, milho e feijão.
Em Campo Belo do Sul, os agricultores atendidos pela Copercampos expandiram as lavouras de trigo de 700 para mil hectares, o que deve resultar entre 60 mil a 70 mil sacas, incremento de 42% na área plantada. Também para o gerente de filial da cooperativa, Jocelito Mattos, a expansão se deve ao preço do grão.
Ele explica que o preço do milho sempre alavanca o preço do trigo. O milho é usado, principalmente, como ração animal. Caso a saca de trigo esteja mais barata no mercado, o grão é utilizado como substituto do milho. "No ano passado vendemos 10 mil sacas de trigo para ração animal."
Quando essa situação ocorre, Jocelito avalia que é ruim para o Brasil, que consome 12 milhões de toneladas de trigo por ano e produz, em média, cinco milhões de toneladas. O restante é importado principalmente da Argentina. O Dólar alto dificulta a importação e incentiva que o trigo produzido no Brasil seja utilizado na produção de farinhas e não como ração.
Expectativa do Governo é crescimento de 55% na safra
Segundo o Governo de Santa Catarina, o agronegócio catarinense está passando por uma transformação, com a ocupação das áreas produtivas também no inverno. "Incentivados pelo governo do Estado, os agricultores estão apostando na produção de trigo, triticale, centeio, aveia e cevada para aumentar a renda na propriedade e a competitividade das cadeias produtivas de carne e leite. As estimativas do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa) apontam para um aumento de 55% na colheita de trigo em Santa Catarina, já para a safra 2021/22," diz a matéria divulgada essa semana.
"Nós demos passos muito importantes na Secretaria da Agricultura, entre eles quebrar o paradigma de que não era viável produzir cereais de inverno aqui no Estado. Provamos que isso não é verdade. Estamos muito satisfeitos com os resultados do Projeto de Incentivo ao Plantio de Cereais de Inverno. Já no primeiro ano, conseguimos superar nossas expectativas. Isso significa que teremos mais pastagens, silagem e opções para fabricação de ração, reduzindo nossa dependência de milho e os custos de produção", afirmou o secretário da Agricultura, da
Pesca e do Desenvolvimento Rural, Altair Silva.
Santa Catarina deve colher 267,1 mil toneladas de trigo em 80,6 mil hectares plantados na safra 2021/22. Para a Secretaria de Agricultura, o aumento é resultado do Projeto de Incentivo ao Plantio de Cereais de Inverno, lançado com investimentos de R$ 5 milhões.
O secretário Altair Silva explicou que, inicialmente, a meta era aumentar em 20 mil hectares a área plantada com cereais de inverno em Santa Catarina, e os resultados já superam todas as expectativas. "Ampliamos em 26,5 mil hectares a área plantada com trigo e aveia no Estado. Isso é muito significativo. A união do governo do Estado com toda a cadeia produtiva, incluindo agroindústrias, cooperativas e produtores rurais, levou a esse resultado. Temos uma nova fronteira agrícola em Santa Catarina, que é a safra de inverno", destacou.
Para a nova safra 2021/22, é esperado um aumento de 38% na área de cultivo de trigo e todas as regiões produtoras ampliaram a área semeada - principalmente em Chapecó, Canoinhas e Curitibanos. Além do apoio da Secretaria da Agricultura, outros fatores também interferiram nas escolhas dos produtores, como a alta nas cotações do dólar e também nos preços pagos ao produtor.
Cereais de inverno
Além do trigo, Santa Catarina registra alta também no cultivo de aveia. Na safra 2021/22, os catarinenses devem produzir 53,7 mil toneladas de aveia, um incremento de 24% em relação ao ciclo agrícola anterior. A expectativa é de que o cereal ocupe 39,4 hectares no Estado, área 13% superior à ocupada na safra 2020/21. A aveia produzida no território catarinense é toda usada para formação de pastagem de inverno para pecuária de corte e de leite, atividade de importância econômica para o Estado, informou o analista da Epagri/Cepa João Alves.
Foto: Trigo
Crédito: Aen.pr.gov.br
Legenda: Imagem mostra o trigo na fase de colheita, mas o da Serra ainda será cultivado
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