O Apiário São Braz, de Lages, recebeu o Selo Arte para os méis Silvestre e Mel de Melato da Bracatinga. O selo comprova que a empresa cumpre as normas de inspeção sanitária do estabelecimento, acompanhadas pela Cidasc, e reconhece os méis como produção artesanal de agricultura familiar. A entrega técnica ocorreu na quarta-feira, na sede de campo da empresa, na Localidade de Lambedor. Agora, esses produtos podem ser comercializados para todo o Brasil.

Aziz Abou Hatem, coordenador Regional de Gestão de Negócios e Mercados na Epagri explica que o Mel de Melato da Bracatinga do Planalto Sul Brasileiro já possui a Indicação Geográfica por Denominação de Origem, concedida pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Essa condição confere à proponente o poder de instituir o Selo de IG (identificação geográfica) ao produto,

Em Santa Catarina a proponente é a Federação das Associações de Apicultores e Meliponicultores de Santa Catarina (FAASC), assessora pelo Sebrae e pela Epagri. A federação já tem o design gráfico e a marca para o Selo, que é concedido aos fabricantes de mel que se enquadrarem nas normas.

O Selo Arte é outro selo distintivo que caracteriza os produtos artesanais. A inspeção sanitária era estadual (SIE/Cidasc), porém com Selo Arte, os mercados se abrem a todo território nacional, com maior procura por estes produtos diferenciados, e assim maior valor agregado. Estima-se que a valorização fique entre 15% e 30%, em média", avalia Aziz.

Produção em alta

A Epagri acompanha a produção e tem percebido aumento no número de colmeias desde 2016, e uma retomada de crescimento também da produtividade. O crescimento tem relação com o valor do produto, já que os méis da Serra Catarinense são muito procurados pelos consumidores. Diferenciais como mel de melato, mel de Canudo-de-pito (melhor Mel do Mundo - Atenas, 1979), ou mesmo mel silvestre, têm garantido ao consumidor, boa qualidade. Para Azis, as intempéries climáticas e a mortalidade das abelhas dificultam a vida do produtor, mas a expansão tem se mantido, graças ao potencial e a profissionalização dos apicultores da região.

Problemas de mortalidade de abelhas têm sido controlados, mas são muitos os fatores e, invariavelmente, voltam a acontecer de tempos em tempos. Tivemos, recentemente, a praga da varroa. Os apicultores foram capacitados a fazer o controle. Há também o uso de agrotóxicos próximo às colmeias, fato que exige outras medidas de controle, especialmente quando as abelhas são utilizadas na polinização de lavouras. "A estiagem prolongada no ano passado diminuiu drasticamente a produção de 2021, mas a atividade vem se consolidando mesmo assim. Um exemplo é a procura dos apicultores por novos kits completos de Apicultura pelo Programa Kit Apicultura da Secretaria de Estado da Agricultura," avalia Aziz. 86 kits foram entregues em 2020 e outros 65 em 2021, até o mês de setembro somente para apicultores da Serra Catarinense. Cada kit custa até R$ 2 mil, o Governo do Estado subsidia até 30% do valor e os juros por três anos.

Selo Arte

A Lei nº 13.680 foi assinada em 14 de junho de 2018, adicionando o art. 10-A à Lei n° 1.283/1950, que trata do processo de fiscalização de produtos alimentícios de origem animal produzidos de forma artesanal.

Esta Lei promoveu adequações nas ações de fiscalização dos produtos alimentícios de origem animal fabricados de forma artesanal, permitindo a comercialização interestadual de produtos de origem animal artesanais, desde que possuam serviço de inspeção implantado (municipal, estadual ou federal). A lei definiu ainda que tais produtos, além do selo do serviço de inspeção oficial, deverão ser identificados por selo único com a indicação ARTE.

Produção

?Em torno de 60 mil toneladas são produzidas por ano no país

?A metade é exportada para cerca de 40 países

?Região da Amures possui uma média de 720 apicultores

?Há 50 mil colmeias na região

?Produção da Amures é de até 1,5 mil toneladas por ano

?Produtividade Km²: SC 62 quilos e Brasil 5 quilos

Fonte: Cidasc / 07/19