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Robson em duas épocas: como os discos e cassetes e, atualmente, na era do computador
Por anos, Robson fazia a programação da rádio utilizando os discos de vinil, único recurso da época
“O meu sobrenome já é 101 FM”, diz Robson Silva Melegari, para explicar a sua relação pessoal e profissional com a empresa onde atua há 40, ininterruptamente, tempo que o torna o colaborador mais antigo de rádio FM em Lages e um dos mais antigos de Santa Catarina.
Mas a trajetória de Robson em FMs começou dois anos antes, em 1980. “Foi quando comecei na Cacimba FM. O radialista Maneca, da Rádio Clube, é meu padrinho de batismo. Me colocou lá até aparecer alguma coisa. Eu tinha apenas 14 anos e o auxiliava com as cartas que recebia.”
Robson conta que no mesmo ano apareceu a vaga para trabalhar de operador de som, substituindo um funcionário da Cacimba que estava em férias. “Nossa, imagine a faceirice,” recorda.
Dois anos depois, alguém comentou com ele que a Rádio Verdes Campos, atual 101 FM, ia abrir. Na época a rádio não tinha nome. O comunicador Dico, também da Clube, sugeriu seu nome para a empresária Rita Baggio. Disse que eu tinha experiência. “Fui lá. A Rita me entrevistou. Isso foi em setembro de 1982. Tinha 16 anos, ia fazer 17 em novembro. Acertamos. Imagina? A Cacimba era em cima do morro, no Pandolfo, e eu morava no Bairro Popular. Tinha que atravessar a cidade. A Verdes Campos funcionava no Edifício Ruy Zappellini, na Avenida Luiz de Camões. Ia trabalhar a pé.”
A fase experimental da rádio começou em setembro e foi até novembro de 1982. A direção percebeu que Melegari conhecia de música e ele passou a fazer a programação, o discotecário. Era operador e programador.
Dia 6 de dezembro de 1982 a rádio entrou no ar para valer. “Estou lá desde então. Passei por todos os cargos e atualmente sou sócio e gerente comercial da rádio. Na minha vida, sempre trabalhei em rádio FM. Depois que comecei não parei mais.”
Em 1986, mudou a frequência da rádio, de 95,1 para 101,9 e o nome, para o atual 101 FM. A potência da rádio também aumentou em 10 vezes.
Do vinil ao computador
Por anos, Robson fazia a programação da rádio utilizando os discos de vinil, único recurso da época. Ele lembra que complicado mesmo era dar a hora certa. Um locutor gravava em uma fita cassete a hora de minuto em minuto. “Para colocar no ar, você tinha que achar o horário certo e usar o dedo para colocar a fita no ponto. Era complicado.”
Em décadas, ele comenta que a música evoluiu e em relação a novas tecnologias, o computador foi um divisor de águas para as rádios. Atualmente tudo é feito nele, inclusive a produção e edição de anúncios.
Apesar de ser gerente comercial, Robson não desapega da comunicação, da locução. Apresenta regularmente o programa Flash Night e também promove festas com o mesmo nome. As músicas são aquelas das décadas de 1960 a 1990. Depois de quatro décadas na atividade ele afirma que nem pensa em fazer outra coisa na vida.
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