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Doenças respiratórias: UPA de Lages está superlotada

  • Mauro Maciel

Desde a sua inauguração, em julho de 2019, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), de Lages, nunca havia enfrentado uma procura tão intensa. 743 pessoas foram atendidas no dia 6 de junho, quando o tempo de espera, para os casos mais brandos, chegou a 7 horas. Desde então, o movimento permanece grande, principalmente em função do aumento dos casos de doenças respiratórias que afetam, também, outras regiões de Santa Catarina.
Gilmar Ribeiro, diretor da UPA, explica que o movimento está grande, mas não há como aumentar o número de profissionais e nem a estrutura física. Ou seja, as pessoas continuarão a esperar horas pelo atendimento nos dias mais críticos. "Segundo nossos médicos, 80% das pessoas poderiam ser atendidas nos postos de saúde dos bairros," conclui Gilmar.
As pessoas que buscam atendimento na UPA, alegam que não procuram atendimento nos postos de saúde porque a demora é grande, geralmente de dias. Como as complicações respiratórias geralmente causam tosse, febre e outros desconfortos, as pessoas querem se medicar o mais rápido possível para conter os sintomas.
Questionada sobre a situação, a Secretaria de Saúde de Lages informou que mantém 27 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) no Centro e nos bairros, com 50 equipes, com horário de funcionamento de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 17h. Das 8h às 10h, ocorre a estratificação de risco (quando o médico analisa a gravidade da situação de cada paciente), após este horário, a demanda é agendada. Ou seja, caso a pessoa se sinta mal fora do horário das 8hs às 10hs, terá que agendar atendimento para outro dia, salvo se a situação for grave.
"Todas as UBSs possuem médico, seja ele de família ou de apoio. As UBSs com médico de apoio, ou seja, com horário específico para atender na unidade são: Santa Catarina, Santa Helena, Penha, Conta Dinheiro, Promorar, Tributo, Guarujá, São Cristóvão, São Francisco, Interior e São Carlos," conclui a informação da Secretaria de Saúde.
Noturno_ Como os postos de saúde atendem somente até às 17 horas e com agenda para casos não graves, fica fácil entender o grande movimento na UPA após às 18 horas. São pessoas que estão trabalhando e buscam socorro após o expediente ou conduzem até a UPA parentes que estavam em casa à espera de carona ou apoio.
Falta de leitos para internação_ O problema oscila a cada dia, de acordo com a demanda de pacientes e com a disponibilidade de leitos nos hospitais. Quando isso ocorre, geralmente a pessoa fica internada na UPA, que não foi criada para essa finalidade.
De acordo com Gilmar Ribeiro, diretor da UPA, para cumprir a habilitação junto ao Ministério da Saúde, a UPA de Lages deveria manter três leitos na unidade de emergência. Mantém o dobro e, mesmo assim, em alguns períodos, os seis leitos estão lotados por pessoas à espera de internamento.
Lages é referência em Saúde para a Serra Catarinense e, em algumas especialidades, atende também pacientes do Meio Oeste, Oeste e Alto Vale do Itajaí. Desta forma, a falta de leitos é um problema antigo, que foi amenizado mas não resolvido com a ativação da nova ala do Hospital Tereza Ramos. A estrutura passou a funcionar durante a pandemia atendendo pedido de vários prefeitos da Serra Catarinense, que simplesmente não tinham onde internar os pacientes graves acometidos pela covid.
O Tereza Ramos possui 247 leitos, sendo 30 leitos de UTI geral, oito de UTI neonatal, oito leitos de queimados e 42 de maternidade.
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