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Serra do Rio do Rastro: Implantação de complexo turístico já enfrenta problemas
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Governo de SC / Divulgação
O Governo do Estado de Santa Catarina anunciou que está definido uma proposta de projeto que será executada com recursos privados para criar um Complexo Turístico da Serra do Rio do Rastro. A Santur e a SC Parcerias escolheram o modelo apresentado pela empresa Vallya. A informação foi comemorada, principalmente na Serra Catarinense, mas já gerou polêmica. O problema é que o outro grupo que participou do Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI), liderado pela empresa Volare, afirma que vai entrar com um recurso contra a decisão.
Em nota, o consórcio representado pela Volare disse que "pelas imagens divulgadas, o projeto escolhido não traduzido os anseios das comunidades Serrana e Catarinense, nem os objetivos econômico-financeiros, sócio-ambientais e de sustentabilidade que o ambiente natural necessário, nem tampouco a vocação ecoturística que a Serra Catarinense oferece ".
O grupo também questionou "os critérios técnicos que a comissão levou em conta para julgar uma concepção arquitetônica, uma plástica e a escala das edificações que estão em desarmonia total com o local e o seu entorno". Além da Volare, o consórcio é composto pela Biosphera Empreendimentos Ambientais, Schaefer Engenharia, Dinâmica Projetos Ambientais e Dutra Schavade & Seibel Advogados.
Ao Portal ND + o secretário-executivo de Parcerias Público-Privadas da SCPar, Ramiro Zinder, se posicionou diante da nota emitida pelo consórcio. "O Grupo Volare não possui legitimidade para emitir juízes de valor representa a 'comunidade serrana e catarinense'. Qualquer dúvida sobre a pontuação e o processo deve ser tratado no âmbito do PMI edital, com SCPar e Santur ", esclareceu. "Comentários que desmerecem o trabalho árduo da Comissão de Avaliação do PMI e do governo do Estado não contribuem para o avanço desse projeto que, há décadas, é uma demanda da região", complementou.
O local_ Com vista para a Serra do Rio do Rastro, que conta com cerca de 300 curvas, o mirante se consagrou como um ponto turístico de Santa Catarina. Localizado entre Bom Jardim da Serra e Lauro Müller e com mais de 1400 metros acima do nível do mar, o lugar permite que os visitantes vejam diversos municípios catarinenses e, em dias de tempo aberto, até o mar.
Obras custarão mais de R $ 120 milhões
Segundo o Chamamento Público 02/2021, publicado no site: http://especial.sc.gov.br/ppi, as empresas investigadas em participar do PPI conduzem estudos de viabilidade técnica-operacional, econômico-financeiro, ambientais e jurídicos para a estruturação do projeto de concessão comum para construção, operação e manutenção de equipamentos turísticos nas áreas contíguas ao Mirante da Serra do Rio do Rastro.
A proposta vencedora, elaborada pela empresa Vallya, prevê R $ 127 milhões em investimentos. Esse aporte financeiro, como afirma o documento, será feito por empresa ou grupo definido em licitação, que deve ser realizado até junho de 2022. Esse prazo não está no edital, mas foi anunciado pelo governo.
O edital, em seu item 6, especifica como será o ressarcimento financeiro da empresa que elaborou o estudo escolhido pela SCPar e Santur. O ítem 6.1 diz "Os custos envolvidos nos estudos devem ser justificados pelos interessados ??e serão objeto de ressarcimento aos respectivos autores pelo vencedor da futura licitação." Ou seja, além de custear as obras, quem vencer a nova licitação terá que pagar pelos estudos, valor que não foi divulgado.
Os próximos passos
Com o estudo definido para o projeto, o processo de licitação do Complexo Turístico da Serra do Rio do Rastro avançará para uma consulta pública, em dezembro, com a região da Serra Catarinense, para uma discussão dos impactos e benefícios da obra. Em seguida, uma audiência pública será realizada em parceria com a prefeitura do município de Bom Jardim da Serra.
Avançada esta etapa, a licitação da obra e gestão do equipamento turístico será lançada para encontrar empresas aprovadas no projeto. A expectativa é que a licitação seja publicada no começo de 2022.
Confira o que prevê o projeto
Em preços atuais, os R $ 127 milhões permitiriam a contrução de uma estação de ski, shopping e bondinho. Resultados ainda um novo mirante, circuito de montain bike, ponte de vidro, lago cênico, pista de patinação, tirolesa, mirante panorâmico, quiosques, restaurantes, espaços para piquenique, SPA, heliponto e casas de campo.
Ao todo, serão três macroáreas de intervenção. Uma voltada para esporte de aventura e contemplação, outra para hospedagens e mais uma com equipamentos turísticos, tais como estação de esqui e bondinho.
Primeiro projeto foi apresentado em 2010 por Moacir Bogo
Há 11 anos, os empresários Moacir Bogo, Carlinhos Bogo, Junior Bogo e Sílvio Prim procuraram a prefeitura de Bom Jardim da Serra para implantar um complexo turístico nas especialidades do mirante da Serra do Rio do Rastro. O projeto emperrou na autorização do Governo do Estado, que em março deste ano formalizou um edital para a utilização da área.
O projeto de Bogo anterior uma plataforma de vidro, com 25 metros. O investimento anunciado era de aproximadamente R $ 2,5 milhões. Denominado Projeto Serra do Rio do Rastro Aventura, o empreendimento contemplava, também, uma tirolesa e um bondinho que percorreria o entorno do cânion.
O assunto foi tema de várias reuniões e apesar das promessas, a permissão para uso da área nunca foi viabilizada por parte do Governo do Estado.
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