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Entrevista

Fernanda Córdova, prefeita de Palmeira

  • Fernanda foi reeleita com sobras de votos. Foram 1.591, ou 64,33% dos votos válidos

    Alisson Magalhães

Nas últimas eleições, as mulheres deram um salto de representatividade na Serra Catarinense. São 32 vereadoras, três vices-prefeitas e três prefeitas: Mariza Costa, em Urubici; Claudiane Pucci, em Campo Belo do Sul e Fernanda Córdova, que se consagrou ao ser reeleita em Palmeira. A seguir, Fernanda fala ao Folha da Serra da participação feminina em um ambiente, geralmente, dominado por homens.  

 

Folha da Serra: Como e quando a senhora despertou seu interesse pela política?

Fernanda Córdova: Quando eu percebi que era através da política que eu poderia atuar para melhorar efetivamente a vida das pessoas. Nós vivemos num tempo em que as pessoas transformaram a política em problema, mas ela é solução. O problema é que quando as pessoas boas não se apresentam, os maus acabam aproveitando essa abertura e acabam fazendo as coisas de sempre, que acabam nos cansando. Percebi que passa pela política você atuar para as pessoas, então me candidatei, primeiro como vereadora, em 2012. Em 2016 deixei o grupo político que eu pertencia, por não concordar com a forma como a prefeitura foi conduzida e por ter certeza que eu poderia fazer muito para melhorar a vida das pessoas e melhorar a cidade.

Foi influenciada por alguém da área?

Não. Só tive vontade de fazer algo pelas pessoas e tentar mudar o município.

Como foi a aceitação da comunidade e dos políticos locais?

No início houve um pouco de resistência, algumas pessoas que não acreditavam que eu poderia ir bem. O que eu fiz foi desenvolver meu trabalho de acordo com o que eu havia determinado e, com o tempo e os resultados, não teve como as pessoas não aceitarem e acabaram apostando em mim. Trabalhei muito como vereadora e a comunidade e lideranças locais reconheceram isso. Quando nos focamos em fazer o melhor trabalho que podemos, as pessoas percebem. Foi esse trabalho que venceu essa resistência.

A senhora percebeu alguma diferença de tratamento, pelo fato de ser mulher?

Não. A mulher precisa confiar mais em si mesma e em sua capacidade. Perceber do que ela é capaz e agir para realizar os próprios sonhos, sabendo que podemos realizar qualquer coisa, sempre valorizando as pessoas que nos apoiam.

Como analisa o crescimento da representatividade feminina na política serrana, região rotulada como machista?

Como uma boa tendência. Crescemos em número de prefeitas e vereadoras. Em 2016 eu fui a única prefeita eleita e eram 20 vereadoras nas câmaras municipais da Amures. Aos poucos, o medo das mulheres vai sendo vencido pela vontade de fazer melhor. Fico feliz de ver que as mulheres estão se despertando e se preparando melhor, porque não é só se candidatar. É preciso criar caminhos para vencer e se eleger.

Atualmente, a Serra Catarinense tem três prefeitas, quatro vices e 32 mulheres nas câmaras de vereadores. Essa representatividade deve estimular outras a entrarem na política?

Espero que sim. Muitas vezes as pessoas vão perdendo o medo à medida que veem outras entrando e fazendo um bom trabalho. Esperamos, cada vez mais, que o eleitor serrano dê voz às mulheres, para equilibrar um pouco as ações de decisões que decidem o destino da região.

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